IST diz se o seu telemóvel emite demasiadas radiações

07-03-2010 11:30

 

Investigadores garantem que radiações dos telemóveis estão a níveis muito inferiores aos limites de segurança

É uma das grandes discussões na área da saúde e há respostas para todos os gostos: afinal os telemóveis têm excesso de radiações e serão elas perigosas? O Instituto Superior Técnico (IST), em Lisboa, procura tirar as dúvidas com o programa monIT. O Departamento de Engenharia Electrotécnica e de Computadores (DEEC) em parceria com o Instituto das Telecomunicações (IT) desenvolveram este projecto que permite avaliar as radiações das comunicações móveis, disponibilizando no site do projecto (https://monit.it.pt) os resultados de medidas efectuadas em locais públicos ao longo do País.

"A monitorização das radiações electromagnéticas é feita com base em procedimentos de medida estabelecidos internacionalmente, utilizando equipamentos de medida - sondas - específicos para o efeito", conta ao DN o professor Luís Correia, do DEEC. As medições são divididas em duas classes. Numa é feita uma monitorização contínua, com equipamentos de medida automática, que se encontram fixos num determinado local do País, escolhido pelos municípios que os recebem. Desta forma, transmitem continuamente para o site do projecto os resultados da medida.

Existe também a monitorização localizada no tempo, que é feita por técnicos especializados que se deslocam em campanhas de medida pelo País, para locais previamente escolhidos pela equipa do projecto e por outras entidades interessadas.

Desde que o programa foi criado, em 2004, já se realizaram medições de radiações electromagnéticas em mais de dois mil locais de Portugal. Até agora ainda não foram detectados níveis de radiação que tivessem ultrapassado as recomendações internacionais, estabelecidas por um organismo associado à Organização Mundial de Saúde, a Comissão Internacional para Protecção das Radiações Não-Ionizadas. No nosso país é a Autoridade Nacional para as comunicações (ICP-ANACOM) a responsável por estes limites.

"As radiações dos telemóveis não são perigosas e as preocupações das pessoas não são fundadas, pois as radiações electromagnéticas associadas aos telemóveis e às antenas instaladas nos telhados apresentam níveis muito abaixo dos limites de segurança, na esmagadora maioria dos casos, não tendo qualquer problema para a saúde", explica o professor do DEEC.

Mas, então, porque é que as pessoas desconfiam tanto? "Os receios estão relacionados com a carga emocional da palavra radiações, já que é associada ao nuclear. Mas as radiações electromagnéticas e as radiações nucleares são muito diferentes relativamente aos efeitos no corpo humano e na maneira como são geradas", destacou. Além disso, não são só os telemóveis a gerar radiações electromagnéticas, "existindo muitos outros equipamentos comuns ou de telecomunicações que também radiam", lembra Luís Correia.

BRUNO ABREU  https://dn.sapo.pt/inicio/ciencia/interior.aspx?content_id=1512147&seccao=Sa%FAde

 

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